Elas dizem sim para o campo! | Comida Boa - Do Campo à Mesa

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Elas dizem sim para o campo!

Elas dizem sim para o campo!

Ana Paula Mendonça, 19 anos e Milena Mendonça, 20, têm muito em comum: são primas, vizinhas e adoram a terra onde vivem. As propriedades de seus pais são parte da antiga fazenda da família iniciada pelo avô há 56 anos, no município de Tomazina (PR).  Com o passar do tempo, a terra foi sendo repartida e repassada para os 3 filhos.

Hoje, ao invés de uma, 3 propriedades dividem o espaço. Todas são pequenas (para os padrões agrícolas do Brasil), com pouco mais de 46 hectares cada, e se dedicam principalmente à produção de leite.

“Estamos aqui desde 1952, quando meu bisavô se mudou de Minas Gerais para o Paraná. Na época, o leite não era a atividade principal, isso só aconteceu na década de 1990”, explica Milena.

Mesmo numa área limitada, as vacas leiteiras passam o dia no pasto. Para dar aquela força na nutrição e na produtividade, elas ganham um reforço de alimentação no cocho (lugar onde se serve alimento para os animais de criação).

Nas duas propriedades, cada vaca produz mais de 40 litros de leite por dia, em média. O que também é resultado de uma boa genética do rebanho e cuidados com a saúde dos animais

Quem gosta do campo, sabe preservar

Ana e Milena não querem sair do campo. “Sempre quis trabalhar na propriedade dos meus pais e seguir com o trabalho que eles fazem”, diz Ana Paula. “Eu gosto muito daqui, do trabalho e tenho planos de continuar”, emenda Milena.

Ambas sabem que para realizar seus sonhos, além de tecnologia, precisam investir na boa convivência com o meio ambiente. Sei que tanto meu trabalho como minha sobrevivência dependem do equilíbrio, do cuidado com a terra, a flora e a fauna”, explica Milena. Ana Paula completa: “é muito importante cuidar para não perder os recursos naturais”.

Entre as medidas adotadas para preservar o meio ambiente, está o tratamento de todos os resíduos (fezes, urina, água de lavagem das instalações) provenientes dos currais e salas de ordenha.

Milena conta que “os resíduos de medicamentos (vidros, frascos, luvas, seringas, agulhas) não são descartados nem queimados e sim guardados separadamente. Uma vez por ano, uma empresa especializada passa e recolhe tudo para dar destinação adequada”.

Tanques de caca

Não pense que a caca dos animais é despejada no solo ou no riacho que corta a propriedade. Afinal, se esse material, que é rico em matéria orgânica, for despejado puro no ambiente pode contaminar o solo e os rios, afetando a qualidade da terra e da água, inclusive, matando peixes, moluscos e outros animais que vivem nos cursos de água.

Por isso, toda a caca dos animais vai para tanques escavados e protegidos por uma membrana, que impede a passagem do material para o solo e lençol freático. Essa massa de dejetos passa meses sendo decomposta por microrganismos, especialmente bactérias.  Ao final, tudo se transforma super num fertilizante.

“Usamos esse material para adubar os pastos”, conta Milena.

Milena e Ana fazem parte da nova geração de agricultores e criadores que vivem no campo. Gente que, além de se preocupar em assegurar a qualidade de vida das famílias, também entende que não há forma de seguir produzindo sem sustentabilidade.

“Todos nós precisamos do meio ambiente para sobreviver. Ele é nossa casa e fonte primária, que fornece nossa comida, nossa água, nossa roupa. Desde o primeiro ser vivo, e tudo que ele precisou para sobreviver, veio do meio ambiente”, afirma Milena.

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