Tecnologias disruptivas e redução da pobreza poderão reverter o status de fome do mundo.
A evolução da humanidade está intimamente ligada à produção de alimentos. Nossos ancestrais eram nômades, já que literalmente precisavam andar atrás da comida.
Apenas quando aprendemos a cultivar grãos, cerca de 12 mil anos atrás, é que o ser humano conseguiu se fixar na terra e formar os primeiros povoados. O assentamento num lugar determinado, também tornou possível domesticar e criar animais.
Com a agricultura moderna, os sistemas de produção foram aprimorados, possibilitando maior produção na menor área e com o menor uso de recursos naturais. O conhecimento tem nos aproximado dos fenômenos da natureza e permite que a ciência identifique caminhos intrínsecos dos seres vivos. Em outras palavras, quanto mais inovamos na produção agrícola, mais próximos estamos de seguir os passos da mãe natureza.
Superando desafios
Mesmo sem saber, os primeiros agricultores já interferiam na genética das plantas, selecionando as mais produtivas ou resistentes. Ao mesmo tempo, o homem foi descobrindo como proteger seus cultivos do ataque de pragas e doenças que reduziam a produção.
A utilização de defensivos agrícolas remonta aos primórdios da agricultura. O primeiro uso registrado de inseticidas data de 4.500 anos, quando os Sumérios passaram a utilizar compostos de enxofre para controlar insetos e ácaros. Mas foi no século 20 que a tecnologia agrícola ganhou força e importância para a segurança alimentar da população.
A agricultura moderna é sustentada pelas inovações tecnológicas, promovendo investimentos constantes na seleção das melhores toxinas, enzimas ou hormônios para o controle de pragas e no desenvolvimento de sistemas de produção e distribuição, reduzindo o impacto desses produtos no meio ambiente.
Novas tecnologias mudam cenários
A agricultura mudou muito nos últimos 40 anos, a modernização dos cultivos trouxe consigo avanços em pesquisas do melhoramento genético, novos fertilizantes, defensivos agrícolas mais específicos e com menor efeito residual, maquinário com alta tecnologia e muitas ferramentas digitais.
A evolução da ciência e a descoberta do DNA inauguraram uma nova fronteira, não apenas no campo. O domínio desse conhecimento permitiu que pesquisadores alterassem a genética de organismos vivos, entregando soluções inovadoras também para a área da saúde e de diversos segmentos industriais.
Com plantas mais responsivas, resistentes a doenças e de alto rendimento, os insumos da lavoura também acompanharam a mudança. Defensivos agrícolas mais eficientes, ou seja, necessitando de uma menor dose para controlar as pragas, com ação sobre vias metabólicas para uma classe de insetos e com maior capacidade de degradação no ambiente foram desenvolvidos e já estão presentes no campo.
Os equipamentos, maquinários e novas formas de produção também foram aprimorados nas últimas décadas. Na lavoura, sistemas de irrigação que ajudam a economizar e conservar a água, além de poder entregar o fertilizante de maneira localizada, proporcionam maior produção por planta e reduzem o consumo de água e insumos. A utilização do GPS e de sensores aplicados ao manejo das culturas, otimizam as aplicações de defensivos por área.
A inovação foi tanta, que hoje temos fazendas inteiras dentro de salas (fazendas indoor), produzindo toneladas de alimentos em pequenas áreas, usando menos terra, água e produtos químicos, em ambientes com luz, temperatura e todos os parâmetros controlados. Uma maior produção, e com oferta de alimentos o ano todo.
A integração de todas essas tecnologias torna a agricultura mais eficiente, resiliente e sustentável. Por isso, precisamos promover investimentos em infraestrutura agrícola e serviços de extensão, juntamente com a adoção de medidas destinadas a aumentar o poder de compra das famílias. Desta forma, poderemos avançar, verdadeiramente, contra a fome no mundo.