Boa alimentação é essencial para o mundo sustentável | Comida Boa - Do Campo à Mesa

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Boa alimentação é essencial para o mundo sustentável

Boa alimentação é essencial para o mundo sustentável

A diversidade de alimentos no Brasil é imensa. Frutas, verduras, cereais, carnes… É tanta variedade que, por vezes, fica até difícil escolher. Preferências à parte, é consenso entre os especialistas que quanto mais diversificado for o prato, mais saudável ele será. 

Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma alimentação de qualidade é a base para a boa saúde e o desenvolvimento, pois nos ajuda a prevenir doenças como diabetes, problemas cardiovasculares, alguns tipos de câncer e, claro, a obesidade.

Para entendermos melhor esse assunto, o Comida Boa conversou com a nutricionista Sueli Longo, do Instituto de Nutrição Harmonie. 

O que é uma boa alimentação?

Uma boa alimentação é aquela que vai fornecer a quantidade de energia e de nutrientes para manter o corpo funcionando com saúde, nos levando à condição de prevenção de doenças.

Para garantir uma boa alimentação, alguns aspectos são extremamente importantes: a qualidade dos alimentos ingeridos, a variedade, a combinação desses alimentos – o que chamamos de harmonia da alimentação – e a questão da segurança alimentar. 

Cada indivíduo possui uma necessidade nutricional definida de acordo com a idade, sexo, com o tipo de exercícios que pratica considerando intensidade, frequência e duração das atividades. E também há algumas questões específicas de fases da vida, como gestação e lactação. Então, cada um deve utilizar esse conceito de alimentação saudável para conseguir suprir a sua necessidade nutricional através dos alimentos.

Como assegurar essa boa nutrição, de forma balanceada, no nosso dia a dia?

O conceito de uma alimentação saudável pressupõe variar os alimentos que compõem as refeições diárias. O conceito de dieta balanceada poderia ser substituído pela criação de um hábito alimentar saudável, baseado nas escolhas que fazemos.

Cada grupo de alimentos tem uma importância para a saúde. Os legumes, verduras e frutas têm um baixo valor de energia e tem uma riqueza muito grande de nutrientes na composição. 

Esses são os alimentos que devemos comer todos os dias.  Segundo a OMS, o ideal  é o consumo diário de 400 gramas de hortaliças e frutas. Os cereais (grãos e leguminosas como arroz, feijão, milho, grão de bico, lentilha), também precisam fazer parte da alimentação diária. A versão integral é ainda melhor, porque mantém as características dos micronutrientes (fibras, vitaminas e minerais).

O grupo das proteínas, como leite e laticínios – que fornecem cálcio e proteína – e carnes – que fornecem ferro – também é importante. Porém, esse grupo deve ser inserido de forma moderada, pois a necessidade de proteína é inferior à de carboidratos e de fibras.

Os óleos, gorduras e açúcares precisam de atenção, pois quando consumidos em excesso, podem contribuir para o aparecimento de doenças. 

Agora, pessoas acometidas por determinadas doenças, vão ter algum tipo de restrição. E é importante não esquecer de beber água que também faz parte da alimentação saudável.

O gerenciamento das escolhas é o que vai caracterizar uma alimentação saudável e fornecer todos os nutrientes, de acordo com a idade e a fase da vida.

A agricultura brasileira favorece uma boa alimentação?

O brasileiro conta com uma vantagem em relação aos outros países por ter a possibilidade de contar com alimentos do campo à mesa em um curto intervalo de tempo. Então, ele tem a possibilidade de incluir na sua alimentação, alimentos frescos com alto teor de vitaminas, minerais e compostos bioativos que irão conferir saúde, proteção e prevenção contra as doenças. 

Moramos em um país tropical com uma grande produção, porém o brasileiro não escolhe esses alimentos para compor a sua alimentação. Estamos consumindo menos arroz, feijão, hortaliças, frutas e, quando o fazemos, não aproveitamos da nossa biodiversidade, limitando-nos apenas aos mais tradicionais. 

Um aspecto extremamente importante no conceito dos alimentos frescos é olhar a tabela de safras. Ao respeitar a sazonalidade, teremos alimentos com melhor sabor e menor preço. Isso também favorece a produção local. Cada região possui uma tabela de safras que precisa ser observada e respeitada.  A inclusão desses alimentos no dia a dia contribui com o aporte de nutrientes.

Essa variedade também evita a monotonia e assegura o consumo de uma boa quantidade de nutrientes diferentes. É preciso estar aberto para experimentar, porque o que a gente percebe na alimentação do brasileiro é a monotonia.

Como poderemos atingir uma alimentação saudável num cenário de escassez e cada vez maior necessidade de conservação ambiental? 

Existem alguns desafios. O primeiro é tornarmos a alimentação uma aliada da nossa saúde, escolhendo melhor os produtos para suprir a necessidade nutricional e prevenir doenças.

O segundo desafio é darmos à população acesso à alimentação de uma forma igualitária. Todos têm esse direito, independentemente da região ou do país. Para isso, precisamos de políticas para facilitar e favorecer o acesso.

Uma outra questão importante é o desperdício. Precisamos aprender e ensinar as pessoas a fazer o aproveitamento integral do alimento. De um lado, o desperdício é muito grande, do outro, há pessoas passando fome. Essa conta não fecha. 

A nutrição é pautada na ciência. Precisamos de educação voltada para a saúde que fale dos conceitos dos alimentos, dos exercícios, da importância de manter um peso saudável, do combate ao uso abusivo de álcool, de drogas. Se tiver uma educação voltada para a saúde, fazemos prevenção de doenças. 

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