O agronegócio oferece trabalho para muita gente no campo e cidades próximas ou até mesmo nas metrópoles distantes das lavouras. Mas, muita gente esquece tudo o que gira em torno da produção agrícola.
Não é o caso da cabeleireira Raquel Canton Seben. Ela guarda memórias do quanto o agro mudou a sua vida. Você deve estar pensando, o que o agronegócio tem a ver com a profissão de cabeleireira? Para esta paranaense, de 47 anos e mãe de 3 filhos, tem muito a ver.
Curioso? Conheça a história de Raquel, que lutou bastante para conquistar o seu salão de beleza, em Sorriso, no Mato Grosso.
Por que sua família se mudou do Paraná para Sorriso?
Viemos em busca de trabalho. Meu marido estava precisando e foi onde a gente encontrou uma oportunidade. Quando a gente veio pra Sorriso, já sabia que a cidade era diferenciada e muito promissora, com oportunidades para quem queria desenvolver um trabalho sério. Eu cheguei muito confiante. Sabia que estava no lugar certo.
Meu marido viajava, eu ficava sozinha com dois filhos pequenos. Tinha algumas pessoas conhecidas, porém não podia contar sempre. O começo foi difícil.
Quando você começou a trabalhar com estética?
Desde muito nova, sempre gostei de arrumar as pessoas, deixá-las bonitas e de ver as pessoas bem. Quando eu morava no Paraná, já fazia cursos para me aperfeiçoar na área. E quando mudei, já tinha a intenção de abrir o salão. Sabia que não seria simples, mas comecei a desenvolver meu trabalho. Eu falo que nunca tive preguiça de acordar cedo, passar meio-dia
sem almoçar, ficar até tarde da noite trabalhando e, também, viajar para fazer cursos.
Como você chegou neste momento atual, de mudar para um espaço próprio?
A mudança foi feita tijolinho por tijolinho, construindo os meus sonhos. Mudei três vezes de endereço e, em dezembro de 2020, abri um novo salão. É a realização de um sonho, de um projeto de uma vida no qual dediquei meus dias, minhas noites, meus finais de semana, no qual abri mão de estar com minha família.
Qual o impacto do agronegócio em relação a essa conquista?
Sorriso é considerada a capital do agronegócio e esse giro financeiro acaba envolvendo toda a cidade. Existem muitas empresas ligadas ao setor que vieram pra cá. Esse é o reconhecimento que os comerciantes precisam ter pelo agronegócio. Ele exerce uma grande influência e contribuição para que o nosso comércio tenha progresso.
Tenho clientes que são ligadas diretamente ao campo, trabalhando e plantando, mas também tenho clientes que não, porém estão em empresas do setor. Hoje, o meu marido também tem uma empresa de transportes totalmente ligada ao agronegócio. Ele faz, basicamente, transporte
de soja, sementes, algodão, feijão e adubo.
Você se sente realizada?
Com certeza me considero uma pessoa realizada porque, além de exercer a profissão que eu amo e de ajudar pessoas a se sentirem mais felizes, tenho uma família maravilhosa. Eu pude dar, através do meu trabalho e do trabalho do meu esposo, a dignidade para os meus filhos crescerem num ambiente legal e estudarem em boas escolas. Tenho um filho que é engenheiro, outro que faz medicina na (Universidade) Federal de Cuiabá. Meu coração é muito grato por isso. Eu alcancei os meus sonhos, não todos, tenho ainda muitos sonhos para realizar, mas posso me considerar uma pessoa muito realizada.
E tudo isso, a cidade de Sorriso me proporcionou nesses 22 anos. Lógico, envolvendo muito trabalho e muita dedicação. Acredito que o agronegócio tem total influência sobre esse crescimento e desenvolvimento.