A agricultura é um campo muito fértil que ainda tem muito a ser explorado. Prova disso está no aumento das startups que vem transformando o agronegócio no Brasil. Em todo o país, existem 1.574 startups ligadas ao agro.
Essa nova modalidade de empresa vem para trazer tecnologia, soluções e aproximar mais a pesquisa e o desenvolvimento de produtos e serviços do produtor rural. As agtechs já são uma realidade no setor e que impactam, inclusive, a vida de quem está longe do agro.
Atuantes nas mais diversas áreas, as agtechs representam um volume 40% maior do que o último levantamento em 2019.
Agtechs em todas as fases do agro
Os desafios da produção agrícola começam muito antes da semente chegar no solo. São muitas as etapas e muito planejamento que precisa ser feito mesmo antes de chegar na porteira. E é claro, que durante a produção e depois da colheita, os desafios continuam. Por isso, existem agtechs especializadas em atuar no antes, dentro e depois da porteira.
O estado de São Paulo é o território que mais concentra essas empresas, são 48% do total. A maior parte das agtechs no estado paulista está na capital e em Piracicaba, onde já foi formado um importante polo (hub) de inovação do Brasil, a Agtech Garage.
Esse segmento dentro da agricultura vem crescendo em outras regiões. Para a diretora-executiva de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Adriana Regina Martin, é interessante observar que as startups estão presentes nas regiões norte, nordeste e centro-oeste do Brasil – um total de 192 startups. Empresas criadas para minimizar os desafios da produção e acelerar o desenvolvimento de muitas cidades. Elas vão impactar fortemente nessas regiões.
Ideias que geram empresas
A combinação de conhecimento faz impulsionar a cultura de inovação em diversos setores, especialmente no agronegócio. Para isso, é fundamental que a inovação no setor ocorra envolvendo instituições de pesquisa, escolas, universidades, agricultores, empresários, investidores e consumidores.
Afinal, o processo colaborativo pode desenvolver uma agricultura cada vez mais sustentável. Prova disso, é o constante crescimento das startups voltadas ao agro. E são nas startups, por exemplo, que indústrias do setor já consolidadas e universidades apostam suas fichas para a inovação aberta.
Você sabia que o Brasil tem ecossistemas especializados para promover a criação de agtechs? Eles estão em regiões estratégicas – nas cidades de Piracicaba e Campinas (São Paulo); Londrina (Paraná) e Cuiabá (Mato Grosso). E desses lugares nascem muitas das inovações tecnológicas para o desenvolvimento de uma agricultura de ponta.
Só para ilustrar, uma pesquisa realizada pela startup 100 Open Startups (plataforma internacional na geração de negócios), divulgada em 2020, mostrou que na cadeia de agronegócios, os segmentos das empresas que mais realizaram open innovation com startups foram alimentos e bebidas, varejo, comércio e serviços de distribuição, agricultura, indústria química, energia e indústria digital.
Diversidade de agtechs
A diversidade de atuação das agtechs trabalhando no antes, dentro e depois da porteira mostra o quanto a inovação pode crescer em direções variadas no campo. A agricultura digital tende e ser a mais presente em diversas dessas empresas, dada a sua necessidade de introdução e de possibilidades de atuação. No entanto, não faltam agtechs para ajudar na condução de novos caminhos ao agronegócio.
Confira as principais áreas de atuação das agtechs que destacamos abaixo:
Antes da porteira:
- Fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal – 46
- Crédito, permuta, seguro, créditos de carbono e análise fiduciária – 42
- Análise laboratorial – 33
Dentro da porteira:
- Sistema de gestão de propriedade rural – 154
- Plataforma integrada de sistemas, soluções e dados – 111
- Drones, máquinas e equipamentos – 79
Depois da porteira:
- Alimentos inovadores e novas tendências alimentares – 293
- Marketplaces e plataformas de negociação e venda de produtos agropecuários – 100
- Armazenamento, infraestrutura e logística – 57