Plugados na conservação da água | Comida Boa - Do Campo à Mesa

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Plugados na conservação da água

Plugados na conservação da água

A água é uma grande preocupação para o futuro da humanidade, por se tratar de um recurso finito. Por isso, empresas públicas e privadas trabalham pela geração de tecnologias que permitam produzir e, ao mesmo tempo, poupar água.

As chamadas AgTechs, startups focadas no Agro, atuam no desenvolvimento de produtos, serviços e tecnologias que auxiliam na implementação de sistemas que trazem sustentabilidade à agricultura.

A co-fundadora de uma das principais AgTechs brasileiras – Agrosmart, que fornece soluções para melhorar a eficiência das lavouras no Brasil, Estados Unidos, Israel e outros países da América Latina, Mariana Vasconcelos conversou com a gente. 

Como surgiu a Agrosmart?

A empresa tem três fundadores, eu, Raphael Pizzi e Thales Nicoleti. Em 2013, tínhamos uma empresa de solução de IoT (internet das coisas) que juntava sensores, inteligência artificial, para indústrias dos setores de descontaminação de petróleo e gás. Decidimos criar um uso mais popular para essa plataforma tecnológica. Um ano depois, abrimos a Agrosmart, voltada para o agro. E, claro que o conhecimento para esse case, a motivação, tem a ver com a história das nossas famílias (os fundadores são filhos e netos de agricultores). O investimento, no começo, foi do próprio bolso. Logo após a abertura, recebemos recursos do Sebrae para os primeiros protótipos.

Quais são os serviços oferecidos ao produtor?

Têm diferentes tipos de produtos. É uma plataforma com várias camadas. O início é a coleta de dados no campo através de sensores e imagens de satélite. As informações precisas de clima, umidade do solo e chuva são organizadas em uma plataforma e, depois de uma análise, entregamos ao produtor algumas inteligências. No caso do manejo de irrigação, podemos dizer, exatamente, a hora e a quantidade necessária de água para irrigar cada talhão. Oferecemos também um estudo detalhado sobre a previsão do tempo.

No manejo de doenças, por exemplo, temos um modelo para a ferrugem do café, no qual apontamos o risco do desenvolvimento da doença em diferentes partes da plantação. Com isso, o agricultor pode corrigir o que estiver errado, fazer aplicações melhores e usar os insumos de maneira mais racional.

Como o produtor recebe essas informações?

Todos os dados são em tempo real e o produtor consegue acompanhar no aplicativo, tanto no celular, tablet ou computador. Para ter uma visão mais completa, pode acessar a plataforma ou, simplesmente criar alertas pelo whatsapp. O agricultor é lembrado do que tem que fazer no momento correto, otimizando toda a operação.

Qual as vantagens da aplicação da tecnologia digital na lavoura?

Em média, os produtores economizam até 60% de água, até 40% de energia e aumentam a produção em até 20%, usando diferentes soluções combinadas para ter um manejo mais eficiente e mais sustentável.

Qualquer produtor pode ter acesso à essa tecnologia?

A empresa atende todo porte de produtores. Através de parceria com outras empresas, a gente consegue viabilizar e democratizar a tecnologia para chegar ao pequeno produtor rural. O investimento médio varia muito do pacote criado para cada um. A tecnologia compartilhada é o modelo que funciona com os pequenos, então, tem um rateio nos custos para cada agricultor. O investimento começa em 99 reais por mês e, ele pode acessar diretamente no site e fazer a compra com cartão de crédito.

Atualmente, qual a área de atuação da Agrosmart?

A Agrosmart monitora mais de 800 mil hectares em 9 países diferentes. Grande parte é no Brasil, mas estamos crescendo na América Latina. Trabalhamos com mais de 25 culturas e as mais populares são as de grãos, café e frutíferas.

Qual sua avaliação sobre a agricultura digital e seu futuro no Brasil?

Sem dúvida, a gente tem muita empresa desenvolvida dentro da indústria do agro. Ainda estamos nas primeiras etapas da transformação digital, coletando dados para serem trabalhados. Então, tem muito ainda para explorar dentro dos conceitos de inteligência artificial, blockchain, rastreabilidade e, também até de edição gênica, como o Crispr. Tem muito a ser desenvolvido dentro das diferentes bases tecnológicas.

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