Que as mudanças no clima afetam diretamente a agricultura você já sabe! Agora, você precisa conhecer como a genética pode ajudar a humanidade a contornar os desafios e, não nos deixar passar fome.
Precisamos desenvolver e adotar tecnologias que ajudem os agricultores a vencer as adversidades impostas pelas oscilações climáticas e trabalhar causando cada vez menos impacto no meio ambiente.
Entre na vibe dessa conversa assistindo ao vídeo da National Geographic
Podemos contar com a genética
O melhoramento genético e a biotecnologia são grandes aliados. Graças às seleções de materiais genéticos passamos a contar com plantas com resistência às pragas e doenças, aos ambientes de seca, ao excesso de umidade e aos solos salinos.
O reforço nas raízes das plantas, ramificações e estruturas, aumentam a eficiência na produção e fortalecem a interação do vegetal com o solo. Em outras palavras, nada como uma raiz firme e apta a captar os nutrientes da terra. Pensando assim, cientistas na Califórnia investigaram os genes que controlam as raízes para que possam melhorar essa caraterística na agricultura.
Para saber mais, confira o vídeo.
Já estamos no caminho
As novas tecnologias vêm ajudando a aumentar a produção e melhorar a qualidade dos alimentos. Hoje, com a biotecnologia, já é possível retirar das plantas genes indesejáveis e substituir por outros com características mais interessantes. Por exemplo: genes que são responsáveis pela transpiração, podem ser alterados gerando uma nova variedade mais tolerante à seca.
Mais produção com menos impacto
As plantas transgênicas representaram um grande salto na produção e na sustentabilidade da agricultura.
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A soja geneticamente modificada é um bom exemplo. Com ela, em 20 anos, o país economizou 9,9 milhões de hectares de terra. Este número representa a área a mais que teríamos que cultivar com variedades convencionais para obter o mesmo resultado trazido pela soja transgênica. Além da economia de terra, também usamos menos combustíveis fósseis, reduzindo a emissão dos gases de efeito estufa.
Nos primeiros 20 anos de adoção do cultivo de transgênicos no Brasil, estima-se que os agricultores deixaram de usar quase 840 mil toneladas de defensivos, 377 milhões de litros de combustíveis e, também, não emitiram 26,5 milhões de toneladas de CO₂.
E a biotecnologia prossegue trazendo novas possibilidades para uma produção agrícola eficiente e sustentável.
CRISPR: a revolução da edição gênica
Uma das grandes descobertas deste século foi a técnica do CRISPR-Cas9, que aconteceu no início dos anos 2000, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA. Essa história começou quando as pesquisadoras Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier, estudavam como as bactérias se defendem do ataque de vírus.
CRISPR do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats. Apesar de complicado, o nome já é comum entre os cientistas que trabalham com edição de genomas.
Ao estudarem o sistema imunológico das bactérias infectadas, Doudna e Charpentier descobriram algumas sequências de DNA, que eram pedaços dos vírus armazenados, como se fossem uma memória. Com essa memória, quando a bactéria era atacada novamente pelo vírus, ela o reconhecia e removia, evitando a infecção.
Com essa tecnologia se consegue alterar algumas bases nitrogenadas dentro do DNA da própria espécie. Poder retirar de uma planta genes que a tornam suscetível a uma doença e colocar no lugar outros que a deixam resistente, significa produzir mais com menor gasto. Novas cultivares tolerantes às adversidades do clima, como seca, calor e umidade, por exemplo, poderão permitir que a agricultura ocorra onde antes seria impossível.