Produção antenada no amanhã | Comida Boa - Do Campo à Mesa

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Produção antenada no amanhã

Produção antenada no amanhã

Joseane Serber, 22 anos, vive numa fazenda em Teixeira Soares (PR), e nunca pensou em deixar o campo. Ao contrário, decidiu estudar Agronomia na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) para seguir a tradição da família. Aluna dedicada, está no quarto ano do curso, com direito a uma paradinha para fazer intercâmbio numa fazenda produtora de leite nos Estados Unidos. Além de cultivar soja, milho, trigo e feijão, a família de Josiane também produz leite.

O amor pelo trabalho no campo foi herdado dos avós e dos pais. Por isso, ela está de olho nas mudanças climáticas, determinada a fazer o que for preciso para manter a fazenda funcionando por muito, muito tempo. 

Confira a conversa que Joseane teve com a gente.

Por que sua família decidiu trabalhar com leite e lavoura ao mesmo tempo?

Meus avós paternos eram agricultores e meus avós maternos produziam leite. Quando meus pais se casaram, juntaram as duas atividades. Desde que comecei a faculdade busco me envolver, aprender e ajudar no que for possível, tanto na pecuária leiteira quanto no manejo das lavouras.

Para a pecuária leiteira, o maior desafio se encontra ainda na produção e mercado. Já para a agricultura, a maior preocupação é o clima. Com o passar dos anos, e com muito estudo, o gado saiu do sistema extensivo de criação e passou para o sistema confinado, no modelo Compost Barn (estábulo que além de alojar os animais, permite produzir composto orgânico para adubação). Essa mudança trouxe muitos benefícios para a fazenda, tanto na questão de manejo quanto em produtividade. Na agricultura, é preciso estar em constante atualização, sempre aprendendo mais, buscando produzir mais, sem prejudicar o sistema.

Leite e lavoura

Como vocês lidam com a questão das mudanças climáticas?

Com relação às mudanças climáticas, todo ano é uma nova fase, um novo desafio. Não existe mais um padrão concreto para a agricultura, o clima sempre pode trazer algo diferente: uma geada tardia, uma estiagem prolongada ou um período de chuva mais extenso.

Essas questões nos colocam em posição de alerta para qualquer alteração climática que esteja ocorrendo, pensando nas lavouras plantadas, nas lavouras futuras e, assim por diante.

Para lidar com o problema, buscamos as melhores formas de manejar o campo. Sempre estamos buscando cultivares mais adaptadas ao clima da nossa região, mais resistentes às doenças frequentes; fazendo plantio em época adequada para escapar de estiagens ou períodos de chuvas intensas; fazendo a rotação das culturas nas áreas para evitar problemas com solo e, também, doenças. Conciliamos tudo isso, com muito estudo e planejamento.

Para você, qual é o maior desafio na agricultura?

O maior desafio em se produzir com sustentabilidade é conciliar justamente o “produzir mais com menos”, que é também totalmente dependente do clima e das alterações que vêm ocorrendo. É evoluir em termos de produtividade sem aumentar a área, por exemplo; é explorar o potencial produtivo do solo mantendo sua essência, providenciando a segurança do ecossistema, mantendo a estrutura e sem aumentar os impactos negativos para o meio ambiente.

O maior desafio da agricultura é aumentar a produção de alimentos sem aumentar esses impactos negativos, trazendo segurança alimentar e dando retorno para quem produz. E, para isso, buscamos sempre estar atentos às inovações, novos estudos, novas tecnologias que possam nos ajudar a produzir mais e manter a sustentabilidade do processo.

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