O desafio de produzir alimentos está tão presente na nossa história que aparece em grandes marcos conhecidos como revoluções agrícolas. Excluindo a primeira delas que ocorreu há 10 mil anos a.C., no período neolítico, quando os homens migraram do sistema de caça e coleta para a agricultura, as demais revoluções agrícolas são caracterizadas pelo desenvolvimento de técnicas e tecnologias que aumentaram, expressivamente, a nossa capacidade de produzir alimentos.
Revoluções e aprendizado
Não resta dúvida de que essas transformações foram cruciais para o avanço da humanidade pois, nada é possível diante da fome.
Mas, até mesmo na última revolução agrícola que aconteceu em meados de 1960, ainda tínhamos pouco conhecimento sobre as plantas cultivadas e o solo onde elas eram plantadas. Entendíamos menos ainda sobre as interações entre esses dois elementos e como a agricultura iria mudar a relação entre eles.
Se você nunca ouviu falar ou não conhece bem a história da agricultura, não perca esse vídeo do Canal Crash Course. Ele não fala português mas, dá o recado de um jeito muito prático.
Hoje falamos em “saúde do solo” e de como podemos produzir mantendo a terra saudável graças ao que aprendemos com as pesquisas sobre esse recurso. Conhecer os diversos tipos de solo e suas propriedades, como ele se organiza e os papéis que desempenha nos ciclos biológicos mostrou um ecossistema riquíssimo que existe debaixo de nossos pés.
Estamos muito mais conscientes de nossas atitudes diante da natureza, conectados com conceitos de agricultura sustentável e agroecologia.
Temos terra para cultivo?
O conhecimento também nos mostrou que o espaço que temos para produzir no planeta Terra é bem menor do que pensávamos.
Terra “cultivável” é aquele solo que pode ser empregado nas lavouras. A maior parte do solo na Terra (cerca de 90%) não é adequada para a agricultura. Se considerarmos todas as terras aráveis, de todos os países do mundo, nos restam menos de 11% de terra onde é possível cultivar alimentos para pessoas e animais.
Por isso, além de preservar o solo, precisamos recuperar terras degradadas. Também conhecidas como terras mal utilizadas, abandonadas após incêndios ou inundações, ou ainda que sofreram erosão. Dar atenção especial para as áreas degradadas passou a ser meta de desenvolvimento sustentável.
Confira como a ONG SOS Mata Atlântica trabalha com a restauração de áreas.
Brasil tem folga de terra
Diferentemente da maioria dos países, o Brasil ainda tem espaço para aumentar sua área agrícola sem desmatar ilegalmente. De acordo com o Ministério da Agricultura, o Brasil possui cerca de 140 milhões de hectares de áreas degradadas, ou seja, terras abandonadas, mal utilizadas ou em processo de erosão. Para se ter ideia do que isso significa, atualmente, as lavouras brasileiras ocupam pouco menos de 64 milhões de hectares. Em resumo, ainda temos muito espaço para ocupar sem ter que derrubar uma única árvore.
Futuro consciente
Apesar da agricultura sem solo já existir como um sistema alternativo de produção, nunca abandonaremos esse recurso. Além disso, o conhecimento que adquirimos ao longo de milênios nos mostrou o enorme potencial do solo e deixou em nossas mãos a responsabilidade sobre ele. Cuidar da saúde do solo é um dever da humanidade com a natureza.
Para saber mais confira o vídeo.