O que são alimentos biofortificados? | Comida Boa - Do Campo à Mesa

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O que são alimentos biofortificados?

O que são alimentos biofortificados?

Imagina comer um prato de arroz com feijão que, além de satisfazer o paladar e matar a fome, fornece muito mais nutrientes do que os grãos originais? E não pense que isso é algo artificial ou distante do que acontece espontaneamente. A natureza se encarrega de nos entregar diversas frutas e verduras com níveis variados de nutrientes e vitaminas.

Vai dizer que você não conhece o repolho roxo? Ele possui 10 vezes mais vitamina A e o dobro de ferro que o repolho verde. E toda essa diferença é resultado de mutações espontâneas que ocorreram na planta no seu habitat.

A genética das plantas e animais está guardada em bancos!

Quando falamos de biofortificação, estamos nos referindo à aplicação do que aconteceria naturalmente, mas, com a ajuda da ciência, agilizamos o processo sempre que precisamos superar um desafio. 

Por que a biofortificação é importante? 

Nosso desafio é produzir alimentos com alto valor nutricional e, com isso, ajudar a humanidade a vencer a desnutrição. A ideia é incrementar alimentos acessíveis e tradicionais nas mesas da população, adicionando aspectos nutricionais que faltam nas suas dietas. 

Para isso, cientistas empregam técnicas de melhoramento genético que permitem, por exemplo, desenvolver culturas com maior teor de vitamina A, zinco, ferro e outros micronutrientes. 

Afinal, já existem alimentos assim? 

Alimentos biofortificados já estão entregando comida mais saudável em regiões da Ásia e da África.

Por lá tem mandioca e batata doce com maior teor de carotenóides; milho com mais lisina, triptofano e pró-vitamina A; arroz, feijão, milho, trigo e feijão-caupi com teores mais elevados de ferro e zinco.

A biodiversidade é a inspiração para a produção de alimentos

A biofortificação é uma alternativa viável, efetiva, e sustentável para combater a desnutrição, sem provocar alterações nos hábitos alimentares e culturais das mais diversas populações.   É importante dizer que existe nessa prática uma preocupação de preservar os hábitos alimentares e culturais, afinal são fortificados apenas os alimentos de alto consumo em determinadas comunidades. 

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A composição dos alimentos básicos é um tema de interesse de muita gente. Inclusive, para quem quer resgatar sabores de frutas e verduras para preparar receitas. Esse é um dos temas que o chef de cozinha e fazendeiro Dan Barber aborda num projeto que conduz com melhoristas, produtores e outros chefs. Você pode conferir no documentário da Netflix – Chef’s Table.  

Produtos biofortificados desenvolvidos pela biotecnologia também já estão presentes em algumas dietas. O arroz dourado é um exemplo clássico. Por meio de técnicas que resultaram num produto transgênico se desenvolveu o Golden Rice, que produz altos níveis de betacaroteno, precursor da vitamina A.

Como se produz um alimento biofortificado? 

Os nutrientes dos alimentos são sintetizados em tecidos dos vegetais e determinados por genes desses tecidos. Como vários desses genes já são conhecidos, hoje se pode ajudar a natureza a desenvolver variedades mais nutritivas e saudáveis.  

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No lugar de deixar o tempo agir ao acaso, a biofortificação pode ser alcançada por meio de vários processos, incluindo melhoramento convencional, mutagênese, transgenia e novas técnicas de edição genética. 

O objetivo de todos esses métodos é produzir uma cultura alimentar básica biofortificada que atenda ou exceda o conteúdo de um nutriente pré-determinado, combinado ao alto desempenho agronômico e características preferidas do consumidor, e, é claro, sempre adequadas a uma localização geográfica.

E mesmo que a ciência possa acelerar o processo, o  tempo necessário para desenvolver uma cultivar viável com um nível estável de conteúdo adicional de nutrientes pode se estender por 6–8 anos ou mais.  

Além de alimento, as plantas são fonte de energia

Mas, gerando bons resultados, e em nome de uma enorme causa como o combate à desnutrição, vale a pena. 

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