Você já deve ter ouvido falar que o mundo tem trabalhado pela transição energética. E você sabe o que isso representa?
O termo transição indica a passagem de um lugar, de um estado de coisas ou de uma condição para outra.
Transição energética é exatamente isso! Significa mudar as matrizes energéticas dos países substituindo os combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás natural) por fontes renováveis (sol, vento, biomassa). A energia gerada a partir das fontes renováveis é conhecida como energia verde, limpa ou renovável.
Além de poupar recursos naturais finitos, essa transição é fundamental para que o mundo alcance as metas de redução de emissão de carbono, uma das principais causas relacionadas às mudanças climáticas.
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Energia verde é meta global
Obviamente, fazer essa transição não é uma tarefa fácil nem rápida. O primeiro passo é reconhecer que se tornou insustentável, inclusive economicamente, continuar consumindo recursos naturais com a rapidez que o mundo tem feito.
Para manter essa discussão num nível realista, também é preciso reconhecer que, provavelmente, a energia necessária para manter o planeta funcionando, nunca será 100% renovável. Afinal, ainda nem conseguimos fazer com que todas as pessoas tenham acesso à eletricidade, por exemplo. De acordo com o Banco Mundial, mais de 800 milhões de pessoas no mundo vivem às escuras.
Esforço coletivo em prol da economia de baixo carbono
A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da ODs 7 – energia acessível e limpa- visa assegurar energia a todos por meio do acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível
A meta em prol de uma economia de baixo carbono não é fácil de ser alcançada, porém isso não significa impossível! Mas, certamente, fazer a transição energética depende do envolvimento de todos os setores da sociedade. É essencial que os governos invistam na infraestrutura necessária para a geração de energia limpa. E, acima de tudo, é preciso que os setores produtivos estejam dispostos a racionalizar o consumo.
Racionalizar o consumo vai além do consumo de energia em si. Precisamos rever nossos hábitos de consumo de uma maneira geral, inclusive àqueles que exigem a necessidade de uma economia diferente da futura, de baixa emissão de carbono.
Brasil é um exemplo a ser seguido
Por ter como principal fonte de geração de eletricidade, as usinas hidrelétricas – movidas pela força da água – o Brasil já é um dos campeões mundiais da energia limpa e renovável.
Mas não paramos aí. O país também é um grande produtor de biocombustíveis, que são os combustíveis de origem biológica ou natural, provenientes de fontes renováveis como o etanol (álcool para combustível), biodiesel e biogás.
Desde 2017, o Brasil conta com um programa federal que estabelece a Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio. Entre os objetivos do programa estão: “contribuição para o cumprimento dos compromissos determinados pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris; promover a expansão dos biocombustíveis na matriz energética; e assegurar previsibilidade para o mercado de combustíveis, induzindo ganhos de eficiência energética e de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis”.
E não pára por aí. Já pensou se a ilha mais hypada do país também se tornasse referência na transição da matriz energética? E não é ficção! Fernando de Noronha pode ser o primeiro lugar do Brasil 100% movido a energia solar. Fruto de uma parceria que faz parte do projeto Noronha Carbono Zero.
Energia que vem do campo
Boa parte das matérias-primas usadas na produção de biocombustíveis e energia limpa vêm da agricultura. O Brasil é o maior produtor de cana-de-açúcar do planeta e é com ela que produzimos o álcool que abastece a frota nacional. O biodiesel – usado para movimentar caminhões, ônibus e máquinas agrícolas – é feito, principalmente, de soja.
Em 2020, o país produziu cerca de 6,4 bilhões de litros de biodiesel. Pode parecer pouco se olharmos para o consumo brasileiro total que foi de 57,4 bilhões de litros no ano passado. Mas representou uma alta de 8,5% em relação a 2019 e nível recorde para um ano, segundo a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais). Ou seja, a produção e o mercado estão crescendo.
Além disso, a cada dia, aumenta o número de propriedades rurais e agroindústrias que transformam dejetos (esterco, resíduos industriais, entre outros) em biogás.
É assim que o Brasil já gera 46% da energia que consome a partir de fontes renováveis. No resto do mundo, o número não passa de 14%.
Você também pode (e deve) colaborar
Fazer escolhas que ajudam a poupar energia é um dever de todos. O simples fato de desligar aparelhos que operam em stand by (como os receptores de tv a cabo e aquele relógio do micro-ondas que você nunca olha), já economiza energia.
Usar carros flex, banhos mais curtos, mudança das lâmpadas em casa por opções em LED, regular a temperatura do refrigerador de acordo com as estações do ano, são algumas atitudes que podemos incorporar no dia a dia.