Você já se perguntou que caminho cada alimento percorre para chegar até você? Que os alimentos básicos são oriundos da agricultura e pecuária, você já sabe. Mas, aqui você vai entender que a trajetória de uma simples fruta pode ser bem mais longa do que imaginamos.
Do campo à mesa, os produtos agrícolas passam por etapas que vão além da cadeia de produção: plantio, colheita, armazenamento e distribuição.
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É preciso também considerar os processos que o alimento passa, o uso de recursos naturais, as pessoas, a infraestrutura e as leis que regem tudo ao nosso redor. A junção da cadeia produtiva e todos esses outros elementos formam o sistema alimentar.
Precisamos de sistemas alimentares mais resilientes
Nossos sistemas alimentares estão contribuindo e sendo afetados por eventos externos associados às mudanças climáticas, degradação da terra e perda de biodiversidade. Além disso, uma série de pressões, incluindo rápido crescimento populacional, urbanização, aumento da riqueza e mudanças nos padrões de consumo, estão desafiando a capacidade do nosso sistema alimentar de fornecer alimentos nutritivos e de contribuir para melhorar a subsistência de forma ambientalmente sustentável.
Para a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) precisamos desenvolver sistemas alimentares cada vez mais resilientes. Isso mesmo, para produzirmos e entregarmos alimentos para o maior número possível de pessoas, necessitamos plantas e processos que tolerem as adversidades. Para atingirmos esse objetivo, a tecnologia é fundamental. Afinal, como poderemos vencer os desafios de entrega de alimentos para uma população crescente sem levarmos à escassez de recursos naturais?
A genética tem tudo a ver com a diversidade de alimentos
Combater para colher
Lavoura é como uma indústria a céu aberto e, portanto, suscetível aos efeitos das variações climáticas, pragas e doenças que atacam os cultivos. E elas são muitas!
Insetos, fungos, bactérias, nematóides… Tem uma infinidade de organismos capazes de causar muito prejuízo. E ainda tem plantas invasoras que concorrem com a lavoura por água, nutrientes e luz solar. Então, combater os inimigos é fundamental para assegurar boas colheitas, em quantidade e qualidade.
E se as pragas devorassem sua comida?
Atualmente, os agricultores dispõem de muitas tecnologias – como defensivos químicos e biológicos – e estratégias que ajudam a colocar a casa em ordem.
Entre estas estratégias, estão os manejos integrados de pragas (MIP) e doenças (MID).
Dá trabalho, exige dedicação, mas traz bons resultados. No caso do MIP, é preciso percorrer a lavoura regularmente e, literalmente, contar pragas. Dependendo da quantidade, estima-se a possibilidade de dano econômico. E só se aplica algum defensivo quando é absolutamente necessário. Assim, ninguém joga dinheiro fora e ainda se agrega sustentabilidade ao processo produtivo.
Se não houver nenhum imprevisto até a colheita, como o surgimento de uma nova praga, longos períodos de estiagem, geadas fora de hora ou chuvas de granizo.
Do campo para diversas feiras de alimentos
São muitas as variáveis que podem afetar nossos alimentos. Quando falamos sobre hortifruti, os produtores levam em conta as condições de cultivo e colheita para evitar grandes danos. Porém, depois de colhidos, esses vegetais precisam passar por diferentes etapas, como: limpeza, seleção, proteção, embalagens e bom armazenamento; para que possamos ter um vegetal fresco e nutritivo como comida.
Todo esse processo pós-colheita também é essencial para nos fornecer um alimento seguro e que tenha um grande período de vida útil. Os tratamentos pós-colheita dão proteção às frutas e aumentam a sua qualidade.
Foi graças aos tratamentos pós-colheita que se desenvolveu o atual comércio global de frutas e legumes. Se hoje encontramos frutas na feira ou no mercado que vieram de lugares distantes, agradeça à ciência que encontrou saídas para garantir que os alimentos colhidos em municípios distantes pudessem viajar sem perder cor, sabor, textura e tudo que nos agrada e nos permite dizer que o produto está fresco e gostoso.
Fazendas urbanas trazem produção de alimentos para dentro da cidade
Quer acompanhar um pouco mais dessa diversidade de alimentos? Confira o documentário Street Food, edição América Latina. Além da diversidade de alimentos e pratos típicos, você vai perceber que nos quiosques e mercados, são as mulheres que alimentam cidades, onde todo mundo quer comer rápido e gastando pouco.
Rastreabilidade para monitorar cada etapa
Sistemas de monitoramento e rastreamento ajudam a atestar a qualidade e a segurança dos alimentos durante todo o trajeto do campo à mesa. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o conceito de rastreabilidade é a “habilidade de seguir a movimentação de um produto por estágios específicos de produção, processamento e distribuição.”
Na prática, o objetivo dos sistemas de rastreabilidade é a coleta de dados sobre processos e ações que acontecem entre a lavoura e o ponto de venda. São informações como o local onde o alimento foi cultivado, o nome do agricultor, tratamentos feitos na lavoura, quem comprou, processou e vendeu o produto.
Sustentabilidade na lavoura já é o presente
Parte dessas informações, pode ser acessada diretamente pelo consumidor – via rótulos, código de barras ou QR codes – ou, de forma mais apurada, por fiscais dos órgãos competentes e programas de rastreabilidade de empresas.